Em 15 de fevereiro deste ano, astrônomos do programa de monitoramento Catalina Sky Survey (CSS), ligado à Nasa e sediado na Universidade do Arizona, na cidade de Tucson, descobriram um asteroide que ficou preso à órbita terrestre nos últimos três anos. Na prática, isso o transformou em uma minilua. Conhecido como 2020 CD3 e com o tamanho estimado entre o de uma geladeira e um carro compacto, o asteroide foi fotografado pelo telescópio Gemini North em 28 de fevereiro. Segundo os astrônomos responsáveis, foi uma “corrida contra o tempo”, já que o asteroide deveria ser “ejetado” de nossa órbita em abril. Mas parece que 2020 CD3 estava com pressa. Segundo Bill Gray, autor de um software usado por astrônomos para rastrear asteroides e cometas, é praticamente certo que nossa minilua conseguiu escapar de nossa órbita e “ficou para trás”. Agora ela assume uma órbita própria ao redor do sol, mais lenta do que a da Terra, até que nosso planeta a alcance novamente por volta de março de 2044.
"É difícil prever além desse ponto, mas provavelmente haverá abordagens mais próximas a cada 25 anos, mais ou menos", disse Gray. “Eventualmente, uma dessas abordagens será próxima o suficiente e na direção certa para que o asteroide seja capturado novamente. E então, depois de um tempo, provavelmente liberado novamente”, disse Gray.
Há o risco de que, em uma destas abordagens, o asteroide colida com a Lua ou a Terra. Mas caso isso aconteça, não precisamos nos preocupar: no máximo, veremos algumas bolas de fogo brilhantes no céu, que se desintegrarão antes de causar maiores danos.